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Um chefe alemão, agora, na cidade mais alemã do país
13/09/2023 15:33 em Variedades

A culinária alemã como uma de suas especialidades. Heiko Grabolle, 46 anos, sempre foi um apaixonado pela gastronomia. Nascido na cidade de Siegen, na região da Vestfália, teve o seu primeiro contato com o Brasil no início dos anos 2000, quando conheceu quem seria a sua futura esposa, enquanto trabalhava em Mallorca, na Espanha.

 

Heiko se encantou com o país após a sua primeira viagem para SC, por volta de 2002/2003. E, a partir daí, começou a sua história no país, como chefe de cozinha, conquistando espaço, a cada dia que passava. Hoje, Heiko é considerado um dos chefes referência quando se trata de culinária alemã e agora faz parte da equipe do Biegarten Pomerânia, de Pomerode.

 

Escolhendo o Brasil para viver

Logo que vim para cá, já tinha uma experiência e consegui um emprego muito bom, comecei a gostar cada vez mais do país. A profissão de cozinheiro é diferente na Alemanha, pois lá havia uma valorização um pouco maior dos chefes de cozinha, em relação ao Brasil. Claro que, durante o tempo, quem trabalha com gastronomia passou a ser mais visto e valorizado aqui no país. Outra coisa que me chamava bastante atenção é de que, um mesmo produto, tinha nomes diferentes, conforme a região do Brasil. Por exemplo, mandioca é aipim aqui no sul, e no nordeste é chamada de Macaxeira. Isso eu achava muito interessante e vi o quanto era diferente, por aqui.

 

 

Diferenças e estilos gastronômicos entre Brasil e Alemanha

 

Uma coisa que percebi, era dentro da própria cozinha, em relação à estrutura física. Isto, quando eu cheguei na época de 2003/2004. Mas, naquele tempo, nas cozinhas que trabalhei, do ponto de vista de equipamentos e tecnologia, era mais avançado em relação ao Brasil. Hoje já mudou bastante, porém, no início, acabei sendo um “chefe de cozinha raiz”. Uma coisa que eu adorei foi a variedade de produtos frescos, com os “sacolões” de frutas, legumes e vegetais que possuem por aqui. Sem falar nos pratos locais, como a feijoada, churrasco. Amo churrasco! Não comia tanta carne quando estava por lá e eu gostei muito de que, no Brasil, se valorizam os cortes. Há uma variedade muito maior de cortes de carnes aqui do que lá, pois os alemães valorizam mais o Filé Mignon e o Contra Filé.

 

Chef alemão em terra de imigrantes alemães

 

 

 

Em 2008/2009, comecei a focar mais em ser um “chefe alemão” em uma região de imigrantes. É muito legal ver que as raízes da culinária alemã são preservadas ainda hoje. A comida típica que é servida na nossa região não é mais tão presente na Alemanha, pois o país mudou muito. Há algumas regiões, como em Munique, restaurantes que ainda estes pratos são mais presentes. Por exemplo, o marreco quase nem é mais consumido por lá. Você encontra, no máximo, o pato, durante a época de Natal. O chucrute, quando provava aqui, era um pouco mais azedo e lá era mais “adocicado”. Enlatados e conservas em geral são muito fortes lá, por causa do próprio clima do inverno. Mas é muito bom poder estar em contato com a culinária germânica sem precisar estar lá. E com isso, comecei a ser mais procurado por festas e festivais, como por exemplo, a Oktoberfest.

 

Atuando em Pomerode

 

Eu tenho uma ligação emocional com Pomerode que é muito forte. Se eu analisar a minha carreira como chefe alemão, no Brasil, tudo isso começou em Pomerode, em 2009, após atuar na Festa Pomerana, à convite da Ivone Lemke. As expectativas para atuar no Biergarten Pomerânia são muito grandes, pois eu já conhecia os sócios-proprietários. Há seis meses, a Gicele me procurou novamente e eu havia saído do Senac e pude aceitar o convite. Pomerode, com certeza, é a Cidade Mais Alemã do Brasil, com um potencial turístico fortíssimo. Eu espero poder colocar todo meu conhecimento no Biergarten Pomerânia, misturando a culinária alemã moderna com a tradicional. Vou atuar com muito carinho e queremos fazer com que o local possa virar uma referência brasileira em culinária alemã, no Brasil!

 

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